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26 de Abril de 2024

Exame de Ordem é obrigatório em quase todos os países europeus

Praticamente todos os países europeus exigem que o bacharel em Direito seja aprovado pelo conselho de Advocacia local ou, pelo menos, que se submeta a programas de treinamento oferecidos pelo órgão

Publicado por Bernardo César Coura
há 9 anos

Para trabalhar como advogado em praticamente todos os países europeus, exige-se que o bacharel em Direito seja aprovado em Exame de Ordem aplicado pelo conselho de advocacia local, a exemplo do que acontece no Brasil. Matéria jornalística neste sentido foi elaborada pela jornalista Aline Pinheiro e publicada na Revista eletrônica Consultor Jurídico:

“Na Europa, não tem escapatória. Quem quer trabalhar como advogado precisa prestar Exame de Ordem. Praticamente todos os países europeus exigem que o bacharel em Direito seja aprovado pelo conselho de Advocacia local ou, pelo menos, que se submeta a programas de treinamento oferecidos pelo órgão. Atualmente, apenas a Andorra não faz nenhuma avaliação dos bacharéis antes de eles começarem a advogar. É o que mostra relatório divulgado pelo Conselho da Europa sobre o funcionamento da Justiça dos Estados europeus.

O último país a instituir o Exame de Ordem foi a Espanha. Até o meio do ano passado, bastava o diploma da faculdade de Direito para o bacharel se inscrever na Ordem espanhola e começar a trabalhar. Com o registro, podia atuar em toda a União Europeia. A falta de exame fazia da Espanha o caminho para aqueles que se formavam em outros países da UE e queriam driblar a avaliação. Bastava homologar o diploma nas autoridades espanholas para receber cartão verde para advogar. Em outubro do ano passado, a Espanha começou a exigir a aprovação no exame para o bacharel poder advogar.

A situação da Alemanha também é um pouco diferente da dos demais países. Lá, não há nenhuma formação específica para ser advogado. Quem quer entrar para a advocacia passa por treinamento e tem de fazer os mesmos exames que aqueles que vão optar por uma carreira na Magistratura ou no Ministério Público.

Mundo da advocacia

O relatório do Conselho da Europa divulgado neste mês relaciona dados de 2010, enviados pelos próprios países. Dos 47 países que fazem parte do conselho, apenas o pequeno Liechtenstein não forneceu as informações pedidas e ficou fora do diagnóstico. O estudo dedica um capítulo inteiro ao universo da advocacia dentro do continente, com dados que possibilitam comparar o número de advogados entre os países e a sua relação com o número de habitantes.

Em 2010, a Europa tinha, em média, 257 advogados para cada 100 mil habitantes ou 26 para cada juiz. A maior concentração de advogados por número de habitantes está no sul do continente. A Itália e a Espanha, por exemplo, tinham 350 e 369 advogados, respectivamente, para cada 100 mil moradores. A proporção cai bastante nos países no norte europeu, como a Dinamarca (105 advogados por 100 mi habitantes) e a Finlândia (35 por 100 mil).

A Inglaterra e o País de Gales apresentam um quadro curioso. Comparado com o número de habitantes, os dois países, juntos, não tinham um número muito alto de advogados: 299 para cada 100 mil moradores. Mas, se comparado com o número de juízes, eles disparavam na frente de qualquer outro estado. Em 2010, eram 83 advogados para cada juiz. Na Irlanda e na Escócia, o número de advogados para cada magistrado também é alto: são 58 defensores para cada julgador.

O relatório mostra que o número de advogados tem aumentado ano a ano, exceto em Mônaco, na Escócia e na Irlanda, onde o número de profissionais da advocacia sofreu uma ligeira queda. O aumento foi mais marcante nos países que ainda têm um número baixo de advogados e estão tentando fortalecer seu sistema judiciário. Nesses, de 2006 até 2010, o crescimento do total de defensores ultrapassou os 20%, mas a relação defensores e população continua ainda baixa se comparada com os outros países. O Azerbaijão, por exemplo, tem oito advogados para cada grupo de 100 mil habitantes. O número sobe para 35 na Armênia e 47 na Moldova.

A média de crescimento do total de advogados na Europa entre 2006 e 2010 foi calculada em 6%. Em 15 países, o aumento não chegou nem a 5%. Foi o caso da Bélgica, França e Espanha.

Fonte: http://ambito-jurídico.com.br/site/index.php?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=21&id_notic...

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14 Comentários

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Brilhante o texto, parabéns ao autor.

Na época de minha graduação em Ciências Contábeis pesquisei a situação legal da Alemanha (que é citada no presente artigo). País legalista ao extremo e de pouca liberalidade do poder público.

Quando fui reprovado no XIII Exame da Ordem, afirmei (inclusive aqui no JusBrasil) que a prova é moderada para quem fez um curso regular e aprendeu o básico do Direito. Há apenas o preparo necessário a qualquer avaliação. Quando fui aprovado no exame seguinte, o XIV, voltei a afirmar o que havia dito anteriormente.

O Exame de Ordem PRECISA acontecer face ao baixo índice de qualidade do ensino nos cursos de Direito no Brasil. Não pode haver portas abertas para profissionais despreparados e instituições que visam apenas o lucro.

Eu era a favor do Exame de Ordem antes de cursar Direito. Quando fui reprovado, continuei a ser favorável. E agora, aprovado, vejo que o Exame é imprescindível. continuar lendo

Entendo que é NECESSÁRIO a realização do Exame da OAB, assim como também tem feito o Conselho Federal dos Contadores (CFC, com o exame de Proficiência, para exercer a profissão de Contador em Nível Superior). Aliás, todas as demais profissões deveriam ter o seus Exames de Proficiência para exercer a profissão com DIGNIDADE e LASTRO EM CONHECIMENTOS. É cediço que parte de alunos, de todos os cursos, são aprovados nas Faculdades por meio de "COLAS" e "carregados" por outros quando faz trabalhos em Grupos, inclusive com boas notas, porém sem lastro de conhecimentos !!! Não é sem motivos que em torno de 70% a 82% dos bacharéis em Direito são reprovados nos Exames de Ordem. Tem bacharel que sai da Faculdade sem fazer Peças Processuais e até Procurações...
OAB neles !!! NoS COLADORES E OMISSOS NOS TRABALHOS EM GRUPO !!! continuar lendo

"Na Alemanha, os advogados são profissionais liberais que exercem a respectiva actividade enquanto “órgãos independentes da administração da justiça”. O exercício da profissão está condicionado à obtenção de uma autorização. O processo correspondente é conduzido pelas Rechtsanwaltskammern (câmaras de advogados). A inscrição nas câmaras de advogados - salvo as disposições aplicáveis aos advogados europeus (ver infra) está reservada aos juristas que satisfaçam as condições de acesso à magistratura nos termos da lei alemã relativa ao estatuto da magistratura (Deutschen Richtergesetz). Os interessados deverão ter concluído o curso de Direito (duração mínima de 3 anos e meio) e passado o exame de Estado, seguido de um estágio preparatório de dois anos e de um segundo exame de Estado.".
http://ec.europa.eu/civiljustice/legal_prof/legal_prof_ger_pt.htm continuar lendo

Mas nesses países as Ordens pagam tributos como qualquer outra instituição privada? continuar lendo